segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O amor não é egoísta

O amor não é egoísta (I Corínthios 13.5b)

O ser humano é naturalmente egoísta. Quando ainda é bebê, isso se torna bem visível. Não importa o que esteja acontecendo no mundo, não importa a crise financeira, não importa o dólar nas alturas e muito menos quem é o novo presidente dos EUA, ele quer comer! Que o mundo inteiro se renda à sua fome. Quando cresce, aprende que a busca pelos seus próprios interesses é o alvo principal de sua vida. “Quero um bom emprego para satisfazer os MEUS desejos”, “quero um(a) marido(esposa) para satisfazer as MINHAS necessidades afetivas”, “quero amigos para satisfazer a MINHA vida social”. Tudo gira à MINHA volta, à MEU favor e para satisfazer MINHAS vontades.
Por que será que Deus disse: “...amarás o teu próximo como a ti mesmo...”? (Levítico 19.18b) Deus conhecia o caráter do homem. Ele sabia que se o homem, que é egoísta por natureza, amasse o próximo como ele se ama, pensasse nos interesses dos outros como pensa nos seus próprios, todos os problemas com a falta de amor seriam resolvidos, tamanho o amor do homem por si próprio.
Pensando que o egoísmo é parte integrante do caráter pecador do homem, até parece que o amor é de certa forma “sobre-humano”... e realmente é! A bíblia fala que Deus é amor (I João 4.8b) e que “Deus amou o mundo de tal maneira que DEU...”(João 3.16a). O amor é parte do caráter de Deus. Assim como Deus é justo e santo, Ele é AMOR e o padrão de amor que Deus cobra de nós é o seu padrão. O amor que vem de Deus não olha os seus próprios interesses, mas é sacrificial, significa abrir mão. Abrir mão de vontades, abrir mão de dar sempre a última palavra, abrir mão de certas opiniões que sabemos que irão gerar conflitos. Isto vai contra a natureza humana, mas como disse, este padrão de amor não é humano, mas divino. É um amor que só pode ser vivido no Espírito.
Creio que é nosso desejo viver este amor no nosso dia-a-dia, amando as pessoas com este padrão de amor, mas para isto, um processo se torna imprescindível: antes de amar as pessoas com este padrão de amor, precisamos amar a Deus, abrindo mão de nossas vontades, desejos pecaminosos, nosso egoísmo, então Ele te capacitará a amar as pessoas com o amor divino. Eis o desafio. Ir contra nossa natureza não é nada fácil, mas temos um bom aliado nesta luta, afinal de contas, quem melhor do que Jesus para nos ensinar sobre amor sacrificial?

Nada mais do que uma voz.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O zelo da casa do Senhor o consome?

O zelo da casa do Senhor o consome?

“Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio. Lembraram-se os seus discípulos de que está escrito: O zelo da tua casa me consumirá.”
João 2.13 - 17

Quantas vezes lemos este texto (a purificação do templo) e pensamos que Deus está nos mandando ser implacáveis com aqueles que estão transformando as igrejas e os cultos em maneiras de ganhar dinheiro e desvirtuando o culto do Senhor. É verdade que isto deve nos trazer descontentamento mas não é este o sentido do texto para nós hoje. O zelo que consumiu Jesus foi porque aquela era a casa de Deus e ao contextualizar as palavras de Cristo, acabamos por descobrir que este mesmo zelo deve nos consumir pela casa de Deus nos dias de hoje. Onde é a casa de Deus? O meu e o seu coração! Se você já recebeu Cristo como seu salvador, Deus faz morada em você e não mais nos chamados “templos”, que são nada mais nada menos do que construções ou salões“....feitos por mãos humanas” (Atos 17.24). De acordo com esta visão, a pergunta é: o zelo da casa do Senhor o tem consumido?
Sabendo que o Deus Eterno decidiu fazer de nós a sua morada o mínimo que deveríamos fazer é tornar esta morada o mais agradável possível para Ele. Somos muito zelosos com o nosso ministério. Somos muito zelosos com a nossa igreja. Falamos com toda veemência contra as igrejas que transformaram o evangelho em comércio, achando que estamos agindo como Cristo ao purificar o templo, enquanto o Espírito Santo tem que agüentar a podridão do nosso templo, que está caindo aos pedaços porque já faz tempo que não fazemos uma reforma na nossa vida espiritual, que está imundo e contaminado porque já faz muito tempo que já não ligamos para os nossos pecados e que já está tão cheio das coisas podres que deixamos entrar que já não há mais espaço para o Eterno habitar. Nos sentimos os juizes de Deus na terra enquanto comercializamos o nosso templo/coração por tão pouco, o vendendo aos nossos próprios prazeres destrutivos que nos negamos a abandonar. Como seria se Jesus encontrasse o seu templo hoje? Será que Ele teria prazer em estar nele, ou será que teria que derrubar algumas mesas cheias do nosso orgulho, ou talvez espalhar pelo chão as moedas que compram a nossa integridade?
Estamos concentrando nossas forças no lugar errado. Enquanto nos indignamos com o “meio gospel/evangélico brasileiro”, Jesus está indignado com a situação do templo/coração que eu e você deveríamos cuidar. Precisamos virar algumas mesas, espalhar algumas moedas, expulsar algumas coisas, fazer uma reviravolta no nosso templo/coração. Isso exige intensidade, radicalidade e honestidade de nós mesmos para conosco. Você não precisa fazer isto sozinho. Sabemos quem pode nos ajudar. Ele sabe virar mesas como ninguém!


Nada mais do que uma voz.